Gender Calling

Daniela Braga: ”Aprendi que eu é que tinha de desenhar o meu caminho”

Fundadora da Defined Crowd, uma das escolhidas por Joe Biden para integrar a task force da Inteligência Artificial, licenciada em Línguas e Literaturas. O percurso de Daniela Braga é marcado pela resistência ao comodismo. Em 2012, emigra para os EUA com a filha de 2 anos e é lá que se torna a portuguesa mais conhecida na área da AI. Daniela fala-nos sem filtros sobre os preconceitos em relação aos erros, conta-nos as peripécias de empreendedora, deixa conselhos para o futuro e desmistifica os medos em relação aos robots.

Patrícia Matos: ”Comecei a praticar o desapego quando fiquei doente”

Foi a cara das manhãs da TVI durante 10 anos, saiu e trabalhou no Parlamento Europeu em Bruxelas, e hoje é diretora de Inovação da Global Media. Um problema de saúde levou-a olhar para o trabalho de outra forma, e hoje diz não ter medo de mudar. Patrícia Matos fala-nos sobre ser multifacetada, o peso do ego, os desafios de ser emigrante, a adaptação a diferentes trabalhos, a importância de planear e de conviver bem com as decisões tomadas.

Lisiane Lemos: ”Se a gente não criar a nossa marca, alguém vai criar por nós”

Trata a tecnologia por "tu", foi nomeada Forbes Under 30 no Brasil e trabalha na equipa de Diversidade e Inclusão da Google. Lida com as grandes empresas, um caminho que diz ser pouco comum para uma pessoa como ela: mulher e negra. Esteve na Web Summit em Lisboa e falou connosco sobre a falta de representatividade, o cenário no Brasil, os dois burnout que teve, a experiência numa organização em Moçambique e a rotina enquanto criadora de conteúdos. 

Inês Alexandre: Ser mulher e jovem é ”não ser levada a sério”

Empreendedora social, foi líder do movimento Transformers, distinguida pela Comissão Europeia e pela Embaixada dos EUA. Inês Alexandre torna causas sociais em negócios e começou muito cedo. A idade e o género levaram-na a ser alvo de preconceito e de dificuldades por parte de clientes. Inês fala-nos sobre a importância de ter uma rede de contactos, de colocarmos as nossas necessidades em primeiro lugar, partilha a ansiedade que sente e traça um retrato dos jovens hoje. 

Marta Crawford: ”Muitas mulheres fazem o que o outro quer, e não o que elas querem”

O que é "ser normal"? Fazer porque "o outro quer"? As danças sexuais são empoderamento? Marta Crawford fala sobre as dúvidas modernas mas garante também que há muitas questões que "são as mesmas do tempo das nossas avós". A terapeuta sexual dá a sua opinião sobre o crime de violação passar a ser crime público, sobre as novas formas de se falar sobre sexo e conta ainda o "desgastante" processo de criar o Museu Pedagógico do Sexo, que demorou 12 anos. A especialista revela que "os medos e os tabus" impediram o apoio dos municípios, mas a resiliência levou-a à concretização. 

Lura: ”A minha voz é que me tirou do bairro. Foi ela que me salvou”

"Na ri na" é o sucesso mais conhecido da artista portuguesa de origem cabo verdiana. Lura cresceu em Algés e num bairro social de Carnaxide, e foi lá que começou a sonhar com um futuro na música. Não teve o apoio de toda a gente, mas seguiu. Foi mãe de Nina Santiago com 41 anos e hoje é mãe solteira. Aqui, fala-nos sobre as várias pressões (incluindo a da imagem), defende que é preciso "não dar razões" para a discriminação e partilha os altos e baixos da carreira. 

Inês Rosa: A madrasta é ”vista como a malvada, a que vem destruir a família”

Foi há 6 anos que Inês se tornou madrasta, ao conhecer Nuno que tinha uma filha de um ano e meio. O caminho tem sido feito de alguns ciúmes (da relação de pai e filha, da mãe e da história passada) de dúvidas sobre qual é o papel que deve desempenhar, mas também de aceitação e amor - hoje já é mãe de uma menina e está novamente grávida. Inês Rosa criou a página Somos Madrastas Portugal e é lá que desconstrói os dilemas das famílias recompostas. Ser madrasta fê-la lidar com conflitos interiores e expor a sua vulnerabilidade. Esta é uma conversa honesta, sem filtros, sobre aquela que é uma realidade cada vez mais comum. 

Débora Carvalho: ”Eu orava a Deus para poder dedicar-me só às causas sociais”

É Primeira-dama de Cabo Verde e o que mais a preocupa é o abuso sexual de crianças: "Já tivemos bebés de 9 meses a serem agredidas sexualmente. Com penetração", conta. Débora fala-nos da admiração pelo lado "estudioso" do marido, partilha como foi a infância na ilha de Santiago, o esforço para ter uma bolsa para estudar em Portugal, o bullying na adolescência por escolher adiar a vida sexual, a importância do propósito e da espiritualidade.

Catarina Rochinha: ”Ser adulta é aprender a viver no eterno desconforto”

Com 50 quilos já a chamavam de "cheinha" e o rótulo ficou até hoje. A influencer dedica-se agora ao body positivity, ao feminismo e a desmistificar o apoio psicológico, que procurou para ultrapassar o fim "traumático" de uma relação longa. A aceitação, as comparações e o estar sozinha são temas desta conversa com Catarina Rochinha, 32 anos.

Fernanda Freitas: ”Sucesso foi ter aprendido a nadar quase com 50 anos”

A saída da televisão, o assumir dos cabelos brancos e o ter conseguido ultrapassar o medo da água aos 48 anos. Fernanda Freitas é hoje empresária por conta própria, fundadora da associação Nuvem Vitória e empreendedora social. Recorda os momentos em que se despediu da SIC e da RTP, explica como a sua noção de sucesso evoluiu e revela as conquistas que atingiu recentemente.